Jesus ensinou que devemos perdoar quem nos ofendeu. Mas como posso perdoar quem não demonstra arrependimento? Perdoar significa cancelar ou remir uma dívida.
O apóstolo Paulo, ao falar do sacrifício de Jesus, observou que foi isso que garantiu o perdão divino; assim foi rasgada a cédula, o escrito da dívida, que era contra nós (Cl 2.14).
A morte vicária e expiatória de Jesus foi o preço que Jesus pagou para que o ser humano fosse perdoado e restaurado.
Mas o perdão que Cristo nos dá depende da nossa disposição em perdoar o nosso próximo. Foi o que Ele ensinou na oração do Pai Nosso: Pai, Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores (Mt 6.12). E advertiu: Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas (v. 14,15).
Contudo, não é fácil perdoar. E quanto maior for a nossa proximidade com aquele que pecou contra nós, mais difícil será perdoá-lo. Nessas horas, devemos lembrar o quanto somos pecadores e de como o nosso Deus é misericordioso em perdoar nossas inúmeras transgressões.
Uma vez que todos somos pecadores e necessitamos de perdão de Deus, é indispensável que entendamos e pratiquemos o perdão, cancelando a dívida que nosso próximo tem para conosco, a fim de que a nossa dívida também seja cancelada por Deus, não haja ódio e amargura em nosso coração, tenhamos paz, equilíbrio, alegria, e vivamos em harmonia com Deus, com nós mesmos e com nossos semelhantes.
Sendo assim, uma ainda que alguém não reconheça seu erro e não demonstre arrependimento genuíno pelo mal que cometeu, devemos perdoá-lo. Devemos fazer a nossa parte, e deixar o resto com Deus.
Há pessoas que não perdoam porque quem as ofendeu não pediram formalmente perdão, reconhecendo seu erro, e há aquelas que não perdoam por acreditarem que a ofensa é grande demais para ser apagada ou esquecida por um “simples” pedido de perdão. É difícil perdoar gente assim, mas devemos perdoar e saber pedir perdão.
É bom lembrar que há casos em que a ofensa é patente, mas, em outros, é uma questão de pontos de vista diferentes. Independente da situação, ainda que o ofensor não dê o braço a torcer, façamos a nossa parte, a fim de que a paz e a harmonia em nosso relacionamento com ele e com nós mesmos sejam restabelecidas.
Se for preciso, devemos até tomar a iniciativa de pedir perdão ao outro, mesmo que estejamos com a razão. Observe o diálogo de Pedro com Jesus, registrado em Mt 18.21,22. Então, Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete.
Precisamos aprender a fazer o bem, perdoando nosso próximo quantas vezes forem necessárias. O perdão é algo tão sério, que pode impedir que Deus atenda as nossas orações e abençoe as nossas ofertas.
Foi isso que Cristo ensinou, quando disse: Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta (Mt 5.23,24).
Em suma, como cristãos obedientes à Palavra de Deus, devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos e perdoá-lo diariamente, quantas vezes for necessário, em qualquer situação. Só assim, estaremos aptos a desfrutar de todas as bênçãos espirituais em Cristo.
Que as ricas bênçãos de Deus sejam oportunamente derramadas sobre sua vida!
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